quinta-feira, 23 de abril de 2015

NAGDA, SAS BAHU, EKLING E PUSHKAR


A nossa primeira parada foi em Sas Bahu, que tem outras grafias como Saas Bahu.

Sas-Bahu ka Mandir, ou Sahastrabahu Temple, está localizado a leste do Gwalior Fort. Criado em 1092 pelo rei Mahipala da dinastia Kachchhapaghata (Kachchhwaha), este templo é uma das maiores maravilhas arquitetônicas situadas próximo ao Gwalior Fort. Ele tem 32 metros de comprimento e 22 metros na sua amplitude e tem três entradas,  a partir de três direções diferentes. Na quarta direção, há uma sala que está fechada no momento. O templo inteiro é coberto com esculturas, nomeadamente 4 ídolos de Brahma, Vishnu e Saraswati acima de sua porta de entrada. Entretanto, o calcário foi corroído ao longo do tempo  e há conflitos sobre se ele era um templo jainista ou um templo hindu.

Foi nomeado Sahastra Bahu, descrevendo Senhor Vishnu com mil mãos. Senhor Vishnu era adorado pela esposa do rei de Kachchhapaghata, mas quando a mulher de seu filho chegou, ela se tornou uma devota do Senhor Shiva. Assim, um outro templo ao lado do templo Vishnu foi construído, onde o Senhor Shiva foi adorado pela esposa do filho do rei. Em conjunto, esses dois templos foram nomeados 'templo Sas-Bahu', ou seja,  nora e sogra.


Templo dedicado a Shiva.








Da minha parte, não tenho dúvidas que se trata de um templo hindu.  No primeiro prédio há esculturas que já registram o Kama Sutra e na parte de cima da entrada há cenas do Mahabharat e passagens do Ramayana. Esculturas de Brahma, Shiva e Vishnu, Rama, Balarama e Parasurama são encontradas no exterior.
Entre os santuários restantes, um no Nordeste está intacto, com sua bela torre de pedra. Os nichos em suas paredes abrigam imagens de Brahma, Shiva e Vishnu, a leste, norte e oeste, respectivamente.

 Além do que, aquele belo Shivalinga na entrada não está ali de enfeite, né?

Na verdade, o complexo é constituído de dois templos sobre uma plataforma moldada. SAS é o templo maior, dedicado a Vishnu, está rodeado por dez santuários e BAHU, o menor, dedicado a Shiva é rodeado por cinco santuários.

Pois é. O templo todo é dedicado a Vishnu. Com muitas esculturas nas paredes, nas colunas... Lakshmi também está por ali.





Vishnu

Apsara, dançarina celestial.


Mas na parede de fora, lado esquerdo de quem entra, há esculturas  em posições do Kama Sutra. A turma já gostava mesmo de uma sacanagenzinha.






O segundo templo é menos enfeitado. A beleza fica por conta do pórtico de entrada.E, claro, esse templo é dedicado a Shiva.




Falando em entrada, que belo é o Shivalinga ali postado. Marcello que me avisou sobre ele e voltei correndo para vê-lo. Imaginem minha alegria. Abracei, beijei, chorei de emoção, de felicidade, chamando-o de meu Prabhu, meu Swami.



Um grupo de turistas italianos estava por ali e enquanto Marcello me fotografava, uma italiana me vendo de joelhos abraçada ao shivalinga, perguntou se eu estava passando mal. Entre choro e riso respondi que estava em êxtase. Uma idiota – só podia ser idiota, respondeu – ela tem problemas. Dizendo que eu deveria ser doida por estar naquela posição, abraçada a uma pedra (pra ela). A italianada toda me olhando achando tudo muito bizarro. Outra vez repeti – Estou em êxtase. Encontrei meu Swami. Claro que eles não entenderam nada e a idiota menos ainda. O único problema que ali existia era a ignorância dela. O guia do grupo deles explicou que eu estava reverenciando Shiva na sua forma de shivalingam e os abestados perderam interesse na cena. Ainda bem.

Shiva e Parvati no complexo Sas Bahu.



TEMPLO EKLING

Dali seguimos para o templo Ekling, que fica dentro da cidade de Nagda, a 5 minutos de carro. Há todo um aparato de segurança na entrada do templo. Não se pode entrar com câmeras. Peninha.

Na verdade, trata-se de um complexo de 108 templos,construídos em mármore e granito. com vários andares, sala elaborada com polares ou "mandap" no âmbito de um vasto telhado piramidal, dentro de altos muros, chamado de Eklingji ou Templo de Harihara (Vishnu e Shiva), também chamado de Templo Meera. Fica a 22 km de Udaipur e, normalmente, os peregrinos ali acorrem às segundas-feiras, dia dedicado a Shiva.
Ekling é uma forma de Lord Shiva, representado com quatro faces, esculpidas em mármore negro formando um shivalingam.
Esse complexo teve sua construção iniciada em 971 por Guhila, posteriormente chamado de Sesodia, da dinastia Mewar.
Inequivocamente, a deidade que preside o complexo é Lord Shiva. O maior e mais bonito templo a Ele é dedicado. 




Vendedores de flores e outros elementos para a puja para Shiva. Flores. Flores para meu amado.
Diante da porta de entrada, uma escultura de Nandi. Aproveitei para falar no ouvido de Nandi, para que ele avisasse ao Swami que eu havia chegado.

Havia uma fila de fiéis para entrar e passar diante do shivalinga com 5 faces. Um panchamurti, esculpido em pedra negra e todo enfeitado. As pessoas querem ficar um pouco mais diante daquela escultura que representa Shiva e há um guarda ao lado da porta impondo disciplina, fazendo com que a fila ande. Fui ficando um pouco para trás, permitindo que as pessoas passassem na minha frente, só para ficar um tiquinho a mais vendo tudo, observando tudo que rodeava o shivalinga.

Os devotos são realmente devotos. Tudo transpira devoção ao Glorioso. Um grupo de rapazes tocavam e cantavam glórias a Shiva. Entreguei minha puja e recebi uma rosa que veio com sal. (Pena, o sal matou a rosa). Tive que sair da frente do altar, ou melhor, o shivalingam nunca fica em um altar, mas no chão.
Templo de Shiva visto do lado de fora.


Permanecemos no templo o quanto pudemos. Os rapazes que tocavam e cantavam ficaram encantados com os dreds do Marcello.

Sair de Nagda foi meio complicado. Os meninos ficam para trás e haja demora. Aproveitei para tomar um caldo de cana de beira de estrada. Afff... O que não mata, engorda e seja o que Shiva quiser. Bom, estou viva e saudável pra contar tudim pra vocês. Hehehe

Caldo de cana na estrada. Sobrevivi.

Não basta ser caminhão. Tem que ser enfeitado.

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